janeiro 11, 2005

a biblioteca que veio do lixo


os funcionários dos serviços de lixo da região da Beira Baixa lembraram-se de separar os livros que são deitados pelas pessoas para os contentores de eco-pontos para papel e com esses livros fizeram uma biblioteca já com mais de 200 volumes, onde se contam o grande Camões, as farpas do Ramalho Ortigão, as viagens na minha terra do Garrett, as coisitas do Paulo Coelho, as páginas em busca do tempo perdido do Marcel Proust e muitos outros, entre os quais uma obra rara e muito valiosa, de 1854, uma tradução do maravilhoso poeta latino Virgílio.Ora bem, coisa mesmo maravilhosa é esta: uma biblioteca feita de livros que foram mandados para o lixo. Em vez de irem ter ao estrume do mundo e assim se perderem para sempre, esses livros continuam vivos e ainda prontos a transmitirem humanidade.
Carlos Oliveira Santos in DNa - 7 de Janeiro 2005