dezembro 08, 2004

desfocada por um momento


depois de aterrar na minha terra branca depressa senti o desafio de a voltar abraçar como da última vez. sempre que a reencontro trago na alma esse rasgão de esperança e de sonho que me transporta ainda ao tão desejado império.

mas desta vez a maturidade calvinista entregou à minha realidade uma verdade que até hoje nunca tinha sentido.
a verdade de um país.

senti-me num precipício do que sou e onde quero estar, que por breves instantes me fez recordar as palavras de Ruy Belo “ o meu único país é onde estou bem” e que me fez deslizar entre a minha convicção de ternura e um novo desespero.

há décadas e décadas que se escrevem repetem os pareceres sobre a nossa Pátria e a única conclusão que a que chego sobre esse País que amo é que os Portugueses não O merecem.

por isso lusitanos não culpem o governo. Portugal não é feito de governos laranjas ou rosas, mas sim de Portugueses, de pessoas que acreditam, de vontade, de emprenho. construamos o nosso Portugal como um lugar sublime, convidativo a todos os que por lá passam.

sim estive desfocada por um momento.
mas continuarei a caminhar sobre um país lindo que precisa ainda de ser mais amado.