março 24, 2005

perdoar Helena


perdoar Helena de José Tolentino Mendonça

o mundo,
o nosso mundo,
quando se move parte em busca de quê?

no Teatro Taborda
a partir de hoje até 24 de Abril.

por Portugal

a respiração da cidade


hoje volto a publicar esta imagem.

o Presidente da Câmara de Lisboa vai levar avante
a decisão de Carmona Rodrigues
de reduzir o número de painéis publicitários
espalhados pela cidade,
incluindo os cerca de 130 "outdoors" da própria autarquia.

a ver se Lisboa fica mais bonita,
e sem estas barreiras
que ofuscam a respiração da cidade.

março 22, 2005

dia vinte e dois


ama e não procurarás
pára para viver,
e cega se tudo queres ver

amar é descanso de busca

deixa de pensar e acredita
desprende-te de ti
e assim te encontrarás

amar é descanso de busca.

Anna Hatherly

março 21, 2005

hoje


hoje
dia internacional da poesia

deixemo-nos surpreender
pelas ruas da cidade

um tiro no escuro


apenas
e para sempre

dentro de mim

março 19, 2005

a importância dos interiores


a antiga Pompadour
em plena Rua Garret,
está a ser recuperada.

protege-se assim
a importância dos interiores.

das nossas cidades


aprender um ofício em vias de extinção.

estes emigrantes Timorenses
há vinte anos em Portugal,
investiram nesta arte
que faz das nossas cidades
as únicas na Europa
em que vale a pena olhar para o chão.

troca-se assim
cinco dedos de conversa.

mais um momento


mais um momento
verde água

março 17, 2005

a eternidade


fica assim para que o
invejem — indiferente
mesmo que o chamem.

por não sei que privilégio,
os gatos conhecem
a eternidade.

Nuno Júdice in Zoologia: O Gato

março 16, 2005

o meu desejo



no dia que fiquei cego
decidi ser fotógrafo.

o meu desejo para Portugal
com o testemunho de Al Berto.

no teu amor por mim



no teu amor por mim
há uma rua que começa.

o testemunho de amor de Ruy Belo
na colecção os viajantes.

com fotografia de Duarte Belo.

março 14, 2005

José Agostinho Baptista


Glória de Sousa diz poemas de José Agostinho Baptista
Guilherme Rodrigues (violoncelo)

18 de Março de 2005 (6ª feira), às 22h 15m
Centro Galego de Lisboa
Rua Júlio de Andrade, 3, Lisboa
(junto ao Campo Mártires da Pátria)

março 12, 2005

os trinta anos



a influência exercida sobre a nossa alma,
pelos diferentes lugares,
é uma coisa digna de observação.

se a melancolia nos conquista infalivelmente
quando estamos à beira das águas,
uma outra lei da nossa natureza impressionante
faz com que, nas montanhas,
os nossos sentimentos se purifiquem:
ali a paixão ganha em profundidade o que parece perder
em vivacidade.

Honoré de Balzac, in "A Mulher de Trinta Anos"

março 10, 2005

conversas entre escritores


“… nenhuma verdadeira obra de arte é deprimente, pela simples razão de que, no fundo de todas as coisas, como quotidianamente aprendiam os náufragos da tragédia de Sarajevo, a verdade da arte é sempre a alegria de estarmos vivos”.

Assim falava Eduardo Prado Coelho, no seu “O Cálculo das Sombras”. E irá continuar a falar numa conversa de escritores na livraria mais conhecida do Bairro Alto, a Ler Devagar. À conversa junta-se Maria João Reynaud, autora de “Sentido Literal – Ensaios de Literatura portuguesa”.

hoje às 21H

março 07, 2005

por dois lados


sim.
para sempre

a energia


a energia positiva alcança sempre
aquilo que julgamos quase impossível.

mergulho assim na palavra
"entusiasmo"

temo


o futuro silo
não pára de crescer.

temo
por Lisboa

sentir Lisboa


sentir Lisboa
no edifício central da CML, no Campo Grande,
entre as 08h e as 20h até 31 de Março.

março 04, 2005

estradas brancas com alma Portuguesa


igual a sim mesmo,

na sua elegância sempre serena e contagiante,
José António Tenente apresentou ontem uma colecção
para inundar as estradas brancas de alma Portuguesa.

também para as ruas da nossa cidade
ou para ciclo-vias de Amesterdão,
fica aqui uma sugestão bem conseguida,
com boa energia karmica
e com certeza com muito empenho.

parabéns a este criador
que tanto tem feito
pela imagem de Portugal.

os corredores da cidade


olhos de gato,
será a medida da Carris para melhorar os corredores da cidade.

uma tentativa a um Sul mais bonito.

há gaivotas no Rossio


ainda não as vi,

mas são "gaivotas de asa escura, vindas das ilhas britânicas e do Norte da Europa para passar o Inverno em temperaturas mais amenas".Será que se fartaram das intermináveis obras do Terreiro do Paço? Terão simplesmente decidido dar nova vida às praças até aqui pejadas dos monótonos pombos? Outrora aves da beira-Tejo, as gaivotas lisboetas subiram à cidade e agora é vê-las planar junto ao Teatro D. Maria II.

as vozes roucas misturam-se com os sons da cidade, olha-se para cima e lá estão elas, figuras elegantes recortadas no céu, guardando os telhados do Rossio.

os teatros


os teatros
trazem segredos

e as paredes
alcançam-nos
como o último dos tesouros

março 01, 2005

aqui as árvores


com telhados de betão,
deparo-me com uma enome parede

verde água.

também aqui as árvores
encontram o seu lugar.

por hoje


por hoje
esvaziei o armário

e ofereci os meus sonhos cor de rosa.

caiem os panos


caiem os panos
mais um espectáculo vai começar

em azul


ouve-se o som do mar
e a terra transforma-se em azul

por breves instantes


incomparável e para sempre
a alegria dos amigos do sul

por palavras de "ego descontrolado"
e sobre a tua lei do amor
toco por breves instantes
e com a ponta dos dedos

um casulo tão distante